"Por Adam S. de Almeida"
Agora que você começou a engatinhar no mundo das moedas digitais como o Bitcoin, você deve estar se perguntando, “o que posso fazer com eles?”. A verdade é que trocando o Bitcoin para uma moeda centralizadanem sempre é algo fácil de se fazer. As máquinas de ATM de Bitcoin estão sendo distribuídos em várias cidades ao redor do mundo, mas em relação à crescente popularidade do Bitcoin, o crescimento é de fato bastantelento. Se você tiver sorte o suficiente e ter ao seu dispor uma ATM de Bitcoin por perto, a transferência dentro e fora da moeda centralizada é tão simples como sair de sua casa, se deslocar a maquina e retirar o dinheiro em espécie em alguns segundos. Mas ao fazer isso, você está perdendo uma oportunidade em fazer parte de um novo método de ecossistemadigital. A utilização do Bitcoin para a sua finalidade original, como uma moeda real desenvolvida para transferir valores entre dois ou mais indivíduos, está se tornando cada vez mais popular e é um passo essencialpara a moeda alcançar seu pleno potencial tecnológico.
O BITCOIN ME PERMITE ADQUIRIR AQUILO QUE EU PRECISO?
Para alguns de nós não possuímos uma ATM de Bitcoin por perto, usando nossos Bitcoins para aquisição de bens e serviços do nosso dia a diapode ser um processo bastante trabalhoso. As transações do Bitcoin são praticamente instantâneas, mas transformando essas moedas em algo de valor físico no mercado ainda depende muito do atual sistema atual financeiro, que já é praticamente arcaico e é construída em torno da centralização governamental, algo que pode levar dias para ser concluído. No entanto, isso não significa que as moedas são inúteis até serem transformadas em algo centralizado.
Se você possui um interesse na compra de mercadorias em geral, produtos online como cartões de ofertas (gift cards) e etc, o Bitcoin é provavelmente a maneira mais rápida de transformar a moeda digital em bens físicos para muitos usuários. O “eGifter“ e o “Gyft“ são dois grandes competidores nesse ramo digital e ambos não só aceitam o Bitcoin como forma de pagamento, mas também oferecem recompensas para quemdecidir usa-lo.
Ambos oferecem recompensas de até 3% usando um sistema de pontos. O valor varia de 1 até 2% de recompensa para PayPal e cartões de crédito e débito. A maioria das grandes marcas estão incluídos no programa de recompensa. Porém, o serviço Coinbase em conjunção com o Gyft apresentou um pequeno problema. Segundo o usuário e colaborador Ian de Martino do site Cointelegraph.com, a página o deu 15 minutos para efetuar o pagamento com a mensagem “expirado”, sem notar que o pagamento foi realizado, porém, o valor foi ressarcido uma hora depois independentemente do pequeno erro apresentado. No mais, utilizando uma carteira local com o Gyft, ao invés de uma carteira web como o Coinbase, supostamente opera perfeitamente bem. O eGifter, que roda através do Coinbase, não apresentou nenhum problema de acordo com o Ian de Martino.
Há também o serviço Pock.io que opera tipicamente no Reino Unido, mas que também possui alguns pontos de venda ao redor do mundo, e também, vende cartões em troca de moedas alternativas tipo o Litecoin, Dogecoin, Peercoin, Maxcoin, Quark, Vertcoin e Worldcoin. Assim que o pagamento é processado, o cartão oferta é entregue a você imediatamente e pode ser usado para comprar praticamente qualquer coisa imaginável; embora alguns lugares como mercearias e supermercados serem bastante sub-representadas neste ramo.
A compra e venda do Bitcoin é perfeitamente possível através do Localbitcoins.com. Lá você consegue digitalmente transferir com facilidade os seus Bitcoins para quem estiver disposto a comprá-los em qualquer lugar do mundo e, realizar trocas de bens ou serviços na vida real.
Speendbitcoins.com também é outro serviço que irá ajudá-lo a encontrar milhares de lojas locais ao redor do mundo que aceitarão o seu Bitcoin diretamente de você como forma de pagamento.
Há também um grande número de varejistas online que começaram a aceitar Bitcoins diretamente em seu site. O Tigerdirect.com, aquela famosa loja de computadores e componentes é um deles. Existe também oOverstock.com que trabalha com mercadorias no geral. Tanto o Tigerdirect quanto o Overstock são grandes nomes no mercado de tecnologia. Porém, vale a pena ressaltar que o gigante Expedia.com, domínio de vendas de passagens aéreas, foi o que mais marcou recentemente com um pronunciamento relatando que logo irá implementar um sistema de pagamentos online por meio do Bitcoin.
O QUE O BITCOIN PODE FAZER QUE A MOEDA CENTRALIZADA NÃO CONSEGUE?
Quando adquirimos um cartão oferta como aqueles disponíveis no Starbucks geralmente é considerado algo legal e prático, mas com toda certeza isso não é algo que automaticamente vem em mente quando se aprende pela primeira vez sobre o uso das cryptomoedas. O ponto principal das moedas digitais é permitir que se realize algo que até pouco tempo era difícil ou até mesmo impossível com uma tradicional moeda centralizada.
Quando a Internet se infiltrou pela primeira vez a consciência pública, a pornografia era um grande fator em seu desenvolvimento. As pessoas nem sempre gostam de admitir isso, mas é a nossa sede insaciável de ver outras pessoas nuas (rs..) que impulsionou uma das maiores invenções do século passado até a popularidade da Internet dos tempos atuais.
Assim como a Internet, o primeiro uso popular do Bitcoin ocorreu em um lado um pouco quanto obscuro. O Bitcoin é considerado uma ferramenta que facilita bastante o contorno de regras rígidas já estabelicidadas entre os governos e existentes entre negócios que utilizam a moeda centralizada tradicional como forma de pagamento.
Jogos de azar, principalmente os jogos online, foram um grande exemplo de tudo isso. Jogos de azar online, assim como a pornografia, fizeram grande contribuição do uso da Internet no seu tempo primordial. Algumas investigações policiais da última década, incluindo as grandes operações por parte do governo dos Estados Unidos em 2011, conseguiram moderar e controlar as coisas um pouco no mundo virtual, até no entanto, surgirem jogos online que utilizam o Bitcoin como forma de pagamento – e isso vem sendo cada vez mais uma forma atrativa que mantêm este mercado em constante crescimento.
De acordo com Ian de Martino, essa aliança entre os jogos de azar e o Bitcoin faz total sentido. Para se ganhar no jogo, tanto para o jogador e o casino, tudo depende da matemática. Como podemos notar em vários jogos do tipo, a margem a favor do candidato é bem pequena com poucos pontos percentuais. Mas é nessa pequena margem, combinado é claro com a economia em escala, é que determina que os casinos não só estabeleçam regras rentáveis, mas permitem também o arrecadamento de dinheiro para uma distribuição em massa aos clientes. O papel do jogador em praticamente qualquer casino do mundo é se submeter a uma operação calculada pelo computador e o Bitcoin é baseado na matemática, logo, é infinitamente divisível e facilmente transmitida na rede. Há vários casinos espalhados pelo mundo que adotaram o Bitcoin como forma de pagamento e recompensa. Enquanto a sua legalidade técnica ainda permanece no ar, pra não dizer obscuro, a maioria dos sites não descriminam endereços de IP de origem estrangeiro e no mais, as autoridades praticamente fecharam os olhos para esses sites devido a grandes restrições legais e cooperação internacional.
No entanto, há um lado positivo de tudo isso. A natureza exata da matemática por trás do Bitcoin permitiu que casinos reduzissem sua margem de lucro para uma fração de 51/49%. E mais, a jogatina com o Bitcoin pode caber no bolso de qualquer candidato, uma vez que tudo é feito usando a matemática discreta permitindo uma jogabilidade de poker por exemplo a utilizar dezenas ou milhares de dólares, ou até mesmo uma fração de um centavo em seu jogo. Isso permite a jogabilidade online para qualquer pessoa do mundo com uma carteira de Bitcoin, mesmo que o jogador tenha alguns mBTC (millibitcoin) de sobra no “bolso”.
O Bitcoin não opera apenas no lado nublado do mercado e os jogos online, mas também mergulha de cabeça no mercado negro. O famoso Silk Road (Rota da Seda) é injustamente ligado no legado do Bitcoin e é automaticamente associado na mente dos desinformados da tecnologia de cryptomodeas. Porém, o fato é que o mercado negro online foi um dos primeiros locais “interessantes” a utilizar os Bitcoins.
O Silk Road foi desativado no ano passado pela Polícia Federal (FBI), mas em seu lugar, sugiram vários outros mercados negros à espreita do resultado penal dos seus antecessores na deepweb. Neste domínio, era possível comprar praticamente qualquer coisa ilícita que poderia ser entregue no conforto de sua casa. O uso de qualquer um desses serviços não é e nunca foi uma “boa ideia”, mas o fato é que elas representam um grande caso do uso do Bitcoin e cryptomoedas que não poderiam ser negociadas com facilidade com moedas centralizadas. Dinheiro centralizado pelo governo pode, e muitas vezes são utilizados para adquirir produtos ilegais, mas eles não podem ser utilizados em uma grande rede global sem estar sujeito ao controle de autoridades, e convenhamos, isso não dura muito.
Simplesmente usando o Bitcoin ou qualquer outro tipo de cryptomoeda não é o suficiente para garantir a sua privacidade na rede de mercados ilícitos. Você terá que usar um navegador anônimo como o Tor (OBS: já foi quebrado por analistas de segurança Russos) ou algum outro serviço de lavagem como o CoinJar ou o Darkwallet, e adicionalmente um sistema seguro de criptografia de mensagens como o Pretty Good Privacy (PGP). Mas em muitos casos, isso não representa uma maneira mais segura de comprar esses tipos de produtos e serviços na vida real.
QUAIS SÃO AS COISAS “LEGAIS” QUE O BITCOIN PERMITE ADQUIRIR QUE AS MOEDAS CENTRALIZADAS NÃO PERMITEM?
A aquisição de medicamentos online pode ser de grande interesse público, mas isso seria um desserviço à comunidade Bitcoin se agirmos como se isso fosse o fato mais excitante que se pode fazer com essa moeda. As microtransações foram prometidos a nós durante anos, mas o Bitcoin e moedas como ele finalmente nos permitiu essa possibilidade.
Nunca foi tão fácil realizar doações para instituições de caridade, meios de comunicação e provedores de conteúdo. Existem milhares de lugares por aí que aceitam o Bitcoin como forma de pagamento, e ao enviar dinheiro para essas entidades, não se perde um centavo se quer com terceiros ou instituições reguladores.
Artigo gentilmente cedido
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